Fontes consultadas:
- Site "Defesa em Foco" , artigo publicado em 27/10/21; acessado em 13/11/21: https://www.defesaemfoco.com.br/marinha-do-brasil-promoveu-o-1o-simposio-maritimo-da-zopacas/ ;
- Canal da Marinha do Brasil, vídeo publicado em 28/10/21, acessado em 13/11/21: https://www.youtube.com/watch?v=4r-gjQc36dY;
- Site do Ministério da Defesa, texto atualizado em 04/08/21; acessado em 13/11/21: https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/relacoes-internacionais/foruns-internacionais-1/zopacas.
A MARINHA DO BRASIL PROMOVEU, no dia 27 de outubro, o 1º Simpósio Marítimo da ZOPACAS (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul), com o propósito de fomentar a cooperação marítima dos países lindeiros ao Atlântico Sul com relação à solução de problemas comuns e à criação de oportunidades e iniciativas para o desenvolvimento da região. Na abertura, o Almirante de Esquadra Marcos Silva Rodrigues, Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), destacou que somente com a cooperação internacional podem ser superados desafios como a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada; pirataria; desastres ambientais devido a derramamentos de óleo no mar; entre outros. “A ZOPACAS é o único fórum que congrega todos os Estados com litoral no Atlântico Sul, sendo um importante mecanismo internacional para debater e agir sobre tais temas”, completou. Na sequência, o Embaixador Fernando Simas Magalhães, Secretário-Geral das Relações Exteriores do Brasil, ressaltou a importância da ZOPACAS e a estreita cooperação entre o MRE e a Marinha do Brasil.
A ZOPACAS constitui-se em um fórum de diálogo e cooperação entre as nações soberanas lindeiras ao Atlântico Sul, localizadas na América do Sul, África Ocidental, Equatorial e Meridional. Foi estabelecida em 27 de outubro de 1986, por meio de uma iniciativa do Brasil, com o apoio da Argentina, a qual gerou a Resolução nr. 41/11 da ONU. Seu propósito é promover a cooperação regional e a manutenção da paz e da segurança, no entorno dos 24 Estados-Membros. Esse fórum é o principal mecanismo para tratar temas relativos à segurança no Atlântico Sul, tendo em vista reunir todos os países dessa região. Os Ministros das Relações Exteriores são os representantes oficiais de cada país nas reuniões, sendo que o Comandante da Marinha do Brasil participa das reuniões, assessorando o Chanceler brasileiro. Durante a reunião que ocorreu em Montevidéu (2013), foi a primeira oportunidade em que se fizeram presentes os Ministros da Defesa dos Estados-Membros, enfatizando a importância dos segmentos de Segurança e da Defesa.
O SIMPÓSIO CONTOU com renomados palestrantes da África do Sul, Angola, Argentina, Namíbia, Nigéria e Brasil, divididos em três blocos de assuntos: “Ameaças à estabilidade regional”, “Economia Azul” e “Cooperação Regional”. Além do Brasil, participaram do evento, realizado na modalidade virtual, representantes dos demais países-membros da ZOPACAS, a saber: África do Sul, Angola, Argentina, Benin, Cabo Verde, Camarões, Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Libéria, Namíbia, Nigéria, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Togo e Uruguai. Além desses, estiveram presentes Ministros de Estado, Comandantes de Força, Diplomatas, Oficiais-Generais, pesquisadores e acadêmicos.
A FASE DE DEBATES ocorreu na parte da tarde, moderados pelo Capitão de Mar e Guerra (RM1) Prof. Dr. William Moreira, professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da Escola de Guerra Naval (PPGEM-EGN). O encerramento do Simpósio foi realizado pelo Chefe do Estado Maior da Armada, contando ainda com a participação do Ministro Adriano Silva Pucci, Diretor do Departamento de Nações Unidas do Itamaraty. Um dos resultados esperados do Seminário é o estabelecimento de um fórum regular de discussões e reflexões sobre os desafios e problemas comuns dos Estados-Membros da ZOPACAS.
O EVENTO PODERÁ SER ASSISTIDO na íntegra no canal da Marinha do Brasil no Youtube, referenciado acima. Com duração total de 04h52m, divide-se nas seguintes partes:
- do início até 00h21m: contagem regressiva para o início do evento;
- de 00h21m a 00h24m: boas vindas e orientações (Encarregado da Divisão de Relações Internacionais do EMA);
- de 00h25m a 00h27m: vídeo institucional sobre a ZOPACAS;
- de 00h27m a 00h52m: abertura do evento, com palavras iniciais do Moderador, do Chefe do Estado-Maior da Armada e do Secretário-Geral de Relações Exteriores; anúncio do primeiro painel;
- de 00h57m a 01h32m - Primeiro painel: "Ameaças à estabilidade regional" - conferencista: representante da Argentina, que abordou a Pesca Ilegal. O segundo conferencista desse painel, representante da Nigéria, não entrou na sala devido a problemas de conexão; o tema abordado seria Pirataria e Roubo Armado.
- de 01h39m a 02h28m - Segundo painel: "Economia Azul" - conferencistas: representantes de Angola e da África do Sul, que abordaram, respectivamente, os temas Petróleo e Gás e Transporte Marítimo.
- de 02h40m a 03h40m - Terceiro painel: "Cooperação Regional" - conferencistas: representante da Namíbia, que tratou do tema Segurança Marítima, e do Brasil, que abordou o Fortalecimento da ZOPACAS;
- de 03h50m a 04h42m - Período de debates;
- de 04h:42m ao final (04h54m) - Encerramento do Simpósio, com palavras finais proferidas pelo Diretor do Departamento de Nações Unidas do Itamaraty e pelo Chefe do Estado-Maior da Armada.
NA AVALIAÇÃO DO REPRESENTANTE BRASILEIRO, Almirante e Professor Doutor Álvaro Monteiro, Presidente do Centro de Estudos Estratégicos da Marinha, a motivação principal que levou à criação da ZOPACAS no passado - o receio de que a Guerra Fria entre EUA e URSS pudesse se estender para o Atlântico Sul - não mais justificaria sua existência, nem mesmo a ameaça de uma eventual situação bipolar mundial, envolvendo EUA e China. O Almirante Monteiro entende que a principal razão para o fortalecimento da ZOPACAS seria o fato de que a população mundial passou a perceber a importância do mar para sua sobrevivência, bem como entender que só existe um oceano, onde um problema que ocorra em qualquer região marítima poderá vir a afetar outras, mesmo que distantes. Essa percepção coletiva tem levado a um fenômeno denominado como "construção social dos oceanos", ou seja, a paulatina incorporação dos oceanos aos espaços sociais da humanidade.
---
MAR & DEFESA
Poder Marítimo e Defesa Nacional
www.maredefesa.com.br
contato@maredefesa.com.br
Comments