Francisco Novellino*
A Revista VEJA publicou, no último 22 de agosto, artigo do ex-Ministro da Defesa Raul Jungmann, com o título Forças Armadas para quê? (leia aqui). A matéria traz uma importante (e necessária) reflexão sobre a necessidade de a classe política e a sociedade refletirem sobre a razão da existência das Forças Armadas, antes de se discutir o valor do orçamento de defesa, assunto que passou a ocupar a mídia recentemente, após o encaminhamento, pelo Ministro da Defesa, da atualização dos documentos estruturantes da Defesa Nacional ao Congresso.
Diferentemente do período imperial, onde as demandas geopolíticas carreavam os recursos necessários à consolidação da soberania nacional e da integridade territorial, na República a ausência de contenciosos frequentes enfraquece as motivações que a sociedade dispense a devida atenção para a Defesa, e a classe política, em consequência, assuma um posicionamento favorável à destinação de recursos para essa finalidade.
Conforme o articulista oportunamente pontua, "as Forças Armadas são o seguro da nossa independência e soberania enquanto Nação", ao que me permitiria acrescentar que também o são a estrutura de Defesa Nacional in totum. Negligenciar esse princípio é correr o risco inaceitável de se lembrar da guerra quando for tarde demais.
* Capitão de Mar e Guerra (Reformado).
E-mail: frnovellino@gmail.com
Foto: Aventuras da História - UOL
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